30 de jun. de 2007

VOCÊ APRENDE



VOCÊ APRENDE

Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança.
E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas
E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo.
E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam...
E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida.
Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar à pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.
Aprende que não importa aonde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve.
Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências.
Aprende que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute, quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.
Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiências que se teve, e o que você aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou.
Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.
Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes, e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não lhe dá o direito de ser cruel.
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não sabe amar, contudo, o ama como pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás, portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores...
E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.
E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!
Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar.

Willian Shakespeare

Marcha do Tempo-MÍDIA E OS ANOS FHC.

A mídia e a presidência na Era FHC

O campo dos estudos brasileiros sobre comunicação política tem se consolidado nos últimos anos. O país já conta com grupos de trabalho e associações profissionais dedicados à área, bem como com uma vasta bibliografia sobre mídia e política. Todavia, entre os temas importantes que ainda não foram tratados com a atenção devida está a comunicação presidencial. Algumas questões surgem neste contexto. Quais estratégias os Presidentes da República adotam para se comunicar com o público? Quais estruturas de assessoria e de relacionamento com a imprensa são montadas no Palácio do Planalto? Quais canais os Presidentes utilizam para influenciar a cobertura jornalística? Em que medida o Presidente tem sucesso no controle da agenda pública? Existem vários estudos sobre mídia e política que abordam alguns destes temas, mas ainda não contamos com esforços de teorização ou com estudos empíricos sistemáticos que apresentem respostas a estas questões.

Neste artigo, apresento algumas observações preliminares sobre a estratégia de comunicação estabelecida nos dois mandatos do Presidente Fernando Henrique Cardoso. A discussão faz parte da pesquisa que estou desenvolvendo sobre o papel da televisão na política brasileira desde a redemocratização e que deverá resultar em um livro. A discussão que apresento a seguir está baseada em entrevistas que realizei em 2006 com jornalistas e políticos, includindo o Presidente Fernando Henrique Cardoso [a entrevista com Fernando Henrique Cardoso foi conduzida pelo autor em São Paulo no dia 18 de julho de 2006].

Estratégias de comunicação presidencial

Ao assumir o poder, os chefes do Poder Executivo podem adotar diferentes modelos de comunicação. Para controlar a agenda da mídia e influenciar a agenda pública, os Presidentes e suas equipes podem adotar diferentes estratégias. O Presidente [utilizo o substantivo masculino, já que a Presidência tem sido historicamente monopolizada por homens no brasil] deve decidir quais atores do campo jornalístico são importantes e quem da sua equipe ficará encarregado da relação com estes atores. A grosso modo, é importante distinguir pelo menos três tipos de atores no campo do jornalismo: proprietários, editores e repórteres. O Presidente pode buscar se relacionar diretamente com cada um destes atores. No mundo da política real, todavia, o tempo dos detentores do poder é escasso. Estas tarefas são freqüentemente delegadas a membros da equipe, especialmente ao assessor de imprensa e/ou porta-voz.

A estratégia de comunicação presidencial depende de vários fatores contextuais. Em países que contam com instituições jornalísticas mais profissionalizadas, em que as salas de redação têm maior autonomia em relação a outsiders, incluindo proprietários, a relação do Presidente com os jornalistas e editores é particularmente importante. Já em países ou períodos em que os níveis de profissionalização e autonomia jornalísticos são baixos, ou nos casos de proprietários com tradição de manipulação de suas empresas, contatos com os donos da mídia são particularmente importantes.

Na breve discussão que apresento a seguir aplico estas distinções à era FHC, enfatizando em particular a relação entre o Palácio do Planalto e a Rede Globo. O objetivo é elaborar algumas observações que possam apresentar subsídios para pesquisas futuras sobre a comunicação presidencial.

FHC e os jornalistas

Não é necessário aqui lembrar o papel absolutamente central do Plano Real na eleição de Fernando Henrique Cardoso em 1994. Também creio ser desnecessário enfatizar que os meios de comunicação estiveram entre os atores que apoiaram o plano de forma ativa. A posse de FHC ocorre em meio a um consenso generalizado na mídia e na sociedade em torno do novo plano econômico. Cardoso inicia o seu primeiro mandato desfrutando de níveis elevados de aprovação.

Neste pequeno ensaio trato de uma questão mais específica. Qual foi a estratégia de comunicação montada pelo Presidente Fernando Henrique? Mais especificamente, que tipo de relacionamento FHC e sua equipe de comunicação estabeleceram com a mídia em geral e com a TV Globo em particular? Quais dos três tipos de atores no campo do jornalismo (proprietários, editores e repórteres) foram privilegiados?

Comecemos com a relação entre o Palácio do Planalto e os repórteres. Apesar do clima de consenso que predominou no início do primeiro mandato, o Presidente e sua equipe partiram do pressuposto de que a esquerda em geral, e o PT em particular, exerciam uma influência significativa nas redações e de que a relação com repórteres não seria necessariamente fácil. Um dos aspectos mais importantes da comunicação presidencial na era FHC foi a decisão de indicar a jornalista Ana Tavares para ocupar a Assessoria de Imprensa da Presidência da República. Em seus oito anos no cargo, a jornalista montou o que muitos repórteres e editores definiram em suas entrevistas como a assessoria de imprensa mais profissional e eficaz já montada no Palácio do Planalto. Ana Tavares conhecia os jornalistas que cobriam o governo e era por eles conhecida, criando um importante clima de confiança pessoal. Muitos jornalistas descreveram em suas entrevistas que era "fácil" cobrir a Presidência, pois a assessora passava as informações necessárias e freqüentemente conseguia agendar entrevistas com o Presidente.

Portanto, a comunicação presidencial na era FHC foi caracterizada não só pela decisão de delegar a relação com jornalistas para a Assessora de Imprensa, como também pela criação das condições necessárias para o seu funcionamento. Em outras palavras, Ana Tavares teve um relativo êxito na coleta de informações solicitadas pela imprensa e no agendamento de entrevistas com o Presidente, o que facilitou o trabalho com repórteres e eliminou algumas resistências.

FHC e os editores

Todavia, de nada adianta ao Presidente cultivar boas relações com jornalistas se os editores vetarem ou alterarem as matérias que são produzidas por eles. Portanto, além de repórteres, a relação com editores e chefes de redação é vital para o êxito das estratégias de comunicação presidencial.

No caso específico da Rede Globo, o governo Fernando Henrique enfrentou uma transição importante na direção do departamento de jornalismo da emissora. Quando Fernando Henrique toma posse em 1995, a Central Globo de Jornalismo (CGJ) era comandada por Alberico de Sousa Cruz. Responsabilizado pela famosa edição do debate entre Lula e Collor no segundo turno da eleição de 1989, Alberico ocupou o cargo de Diretor Geral da CGJ entre 1990 e 1995. Neste período, Alberico estabeleceu relações pessoais e íntimas com políticos e Presidentes, incluindo Fernando Collor de Mello. Um dos aspectos que facilitou inicialmente a estratégia de comunicação de Fernando Henrique foi o fato de que ele também tinha boas relações pessoais com Alberico e que esta relação facilitou a influência do governo no jornalismo da Globo. Nas minhas entrevistas, tanto políticos como jornalistas afirmaram que a parcialidade e a amizade pessoal de Alberico com FHC foi uma das razões principais da sua demissão poucos meses depois. Alberico é substituído por Evandro Carlos de Andrade no posto de Diretor Geral da Central Globo de Jornalismo em julho de 1995. Em trabalhos anteriores, já analisei em detalhe a importância e as conseqüências desta mudança. [Mauro Porto, "Novos apresentadores ou novo jornalismo? O Jornal Nacional antes e depois da saída de Cid Moreira". Comunicação e Espaço Público, Vol. 4, n. 1-2, 2002, pp. 9-31; e Mauro Porto, "TV news and political change in Brazil: The impact of democratization on TV Globo´s journalism." Journalism, Vol. 8, n. 4, 2007, pp. 381-402] Para os objetivos deste texto, cabe ressaltar que a contratação de Evandro Carlos de Andrade teve por objetivo recuperar a credibilidade do jornalismo da Rede Globo através de uma maior profissionalização e de menos intervenções explícitas e parciais no campo da política. Neste sentido, a relação de Cardoso com os editores da Rede Globo ficou mais difícil, quando comparada com o fácil acesso do Presidente na gestão de Alberico.

Estas mudanças no corpo de editores da Rede Globo tiveram repercussões importantes para a comunicação presidencial. Em sua entrevista, Fernando Henrique afirmou que um dos filhos de Roberto Marinho comunicou a ele que a empresa ia mudar a direção do jornalismo. Segundo o Presidente, os proprietários da Globo afirmaram na ocasião que uma das conseqüêcias da mudança seria uma maior independência da emissora em relação ao governo.

Ao ressaltar estas mudanças, não estou pretendendo afirmar que Fernando Henrique teve dificuldades no seu relacionamento com os novos editores da Central Globo de Jornalismo ou que a emissora exerceu um jornalismo imparcial em relação ao governo. Em livro que será lançado em breve, demonstro que o jornalismo da Rede Globo continuou a privilegiar os enquadramentos do governo federal durante o segundo mandato de Fernando Henrique. [Mauro Porto, Televisão e Política no Brasil: A Rede Globo e as Interpretações da Audiência. Rio de Janeiro: E-Papers (no prelo).] O meu objetivo aqui é apenas ressaltar um tema até agora negligenciado pelos estudos de comunicação política: o fato de que mudanças na linha editorial da principal empresa de comunicação do país afetam as estratégias de comunicação presidencial. Em particular, a maior profissionalização do jornalismo da Globo fez com que o favorecimento das perspectivas do governo se estabelecesse de forma mais sutil e indireta, quando comparado às manipulações mais explícitas do passado.

Observatório da Imprensa



29 de jun. de 2007

VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS.


'Não consigo sentir raiva dele', diz professora que teve dedo decepado.

Estudante de dez anos prendeu dedo da educadora na porta.

‘Ele tem problemas sérios de agressividade’, diz ela.

Carolina Iskandarian Do G1, em São Paulo.




Ainda traumatizada por ter parte do dedo decepado por um aluno de dez anos, a professora da 4ª série do ensino fundamental Eunice Martins dos Santos, de 47 anos, procura entender o que aconteceu. "Não consigo sentir raiva dele."

No fim da tarde de quarta-feira (27), ela teve a mão direita prensada em uma porta e perdeu a ponta do dedo indicador na escola municipal onde dá aula, em São Bernardo do Campo, no ABC. A educadora vai procurar um especialista nesta sexta-feira (29) para saber se conseguirá fazer um enxerto.

“Eu não esperava por nada disso. Ele bateu a porta com força e vi o pedaço do meu dedo no chão”, disse ela. Eunice contou que foi agredida porque correu atrás do aluno, que se escondeu no banheiro após o intervalo.

Segundo ela, o menino não quis voltar para a sala de aula e a professora resolveu conversar com ele. Antes, o garoto teria empurrado vários alunos que seguiam para suas salas. “Ele entrou na cabine (do banheiro) e consegui empurrar um pouco a porta, mas depois ele bateu com força”.

Eunice informou que decidiu denunciar o fato porque não acha justo que os profissionais de ensino sejam vítimas de agressões dentro da escola. “Acho que é hora de darmos um basta nisso. Espero que a lei me ampare”. Mas não foi isso que ela ouviu da polícia.

Quando foi à delegacia registrar o boletim de ocorrência, teria ouvido do delegado que, como o menino é menor de idade, não haveria culpados. “Nem a mãe dele. Então eu sou a culpada?”, questionou. Eunice disse que o garoto nem é aluno dela. Ele fica na sala ao lado e, desde que entrou na escola, há três anos, apresenta problemas de disciplina.

Ele tem problemas sérios de agressividade. Bate nos colegas, atira a carteira (contra as pessoas). Outro dia, deu uma cabeçada no nariz da vice-diretora, que ficou com o rosto ensangüentado”, relatou a professora, que trabalha na profissão há 28 anos, 12 deles na escola que fica em uma favela na periferia de São Bernardo.

De acordo com Eunice, o aluno deveria ter acompanhamento psicológico e psiquiátrico. Por causa da agressão, ela está de licença médica por 15 dias.

24 de jun. de 2007

UMA VISÃO SOBRE O PT *

Como é comum a mídia contar a sua versão da história eu vou contar a minha obtida através da própria mídia nesses meus anos de vida e, obtida ainda, através de uma conversa com um doutor em física que já foi metalúrgico e participou da fundação do PT.

A história é longa, mas vou resumi-la. Para entender o que acontece hoje é preciso relembrar a fundação do PT. Isso esclarece a situação atual do momento político e da atuação da mídia. Pode haver alguma imprecisão histórica, mas em geral, para mim, faz todo o sentido:

Os metalúrgicos eram a elite do operariado, eram trabalhadores especializados, cuja formação não era tão rápida e ocupava pontos chaves na escala produtiva. Se eles parassem as empresas eram seriamente prejudicadas. Os metalúrgicos eram referência política para outros trabalhadores, sempre davam a direção nas suas reivindicações.

Na época das greves do ABC eles estavam de saco cheio do bipartidarismo (ARENA e MDB) , e do saco de gatos que virou o MDB, que arrebanhava desde empresários descontentes com a ditadura a “comunistas” enrustidos. O milagre econômico havia acabado, os salários estavam achatados e o jogo do patronato era duríssimo.

Algumas pessoas de esquerda, das mais variadas matizes, resolveram aglutinar os trabalhadores, apenas os trabalhadores, com o discurso que um dia eles governariam o Brasil. Isso era música para seus ouvidos. Fazer greve no setor privado não é fácil e não era fácil naquela época. A pressão dos patrões era pesada e se demitia facilmente. Então armou-se um jogo social, líderes sindicais como Lula usavam a massa de trabalhadores, mas também era usada por eles porque a greve tinha o nome e a cara dos líderes e os trabalhadores apenas iam na onda.

Os EUA perceberam que a ditadura já estava obsoleta, a URSS estava em decadência e não tinha mais sentido apoiar os militares na América Latina porque toda a esquerda armada já estava destroçada e o perigo comunista não era mais uma ameaça.

As greves surtiram efeito e então resolveram formar um partido de esquerda que reunisse apenas os trabalhadores assalariados, mesmo os pequenos comerciantes ficariam de fora. Esse partido reuniria todos os grupos de esquerda e os candidatos a participante pertencia basicamente a três correntes:

1- Os trotskistas radicais que dividia a esquerda entre “revolucionários” (eles, por exemplo) que deveriam implantar o socialismo imediatamente e os “reformistas” (social-democratas e afins que eles odiavam) que pregava a transição mais lenta para o socialismo. Os “reformistas” não raramente eram chamados de traidores por eles.

2- O grupo representado por pessoas como Zé Dirceu, que tinha ligação com Cuba, não era tão radical assim e que tinha laços mais fortes com as entidades eclesiais de base e outros movimentos sociais.

3- O grupo de pessoas que estava exilado na Europa, que viu que o Leste Europeu estava caindo aos pedaços e eram a favor de incluir outras classes sociais além dos assalariados.

Esses exilados europeus, na sua maioria, pularam fora logo porque não aceitaram ser comandados por operários. Fernando Henrique foi um deles, textualmente ele disse que não seria comandado por um “macacão azul”, mais tarde formou-se o PSDB.

Criou-se então o PT. No meio disso tudo havia uma massa de operários que precisava ser guiada, que apoiava a idéia, mas não tinha estofo teórico nem capacidade técnica para governar absolutamente nada. Imaginem comandar operários explorados, mas totalmente anticomunistas, educados pela mídia, com forte receio de mudanças.

As reuniões do PT eram uma rinha de galos até a eleição do quinto diretório nacional em 1987. Nessa reunião Lula faz uma manobra política (que alguns petistas chamam de “golpe”) e prega a “via democrática popular” que ninguém entendeu muito bem, mas que teria como objetivo eleger Lula presidente para governar para as massas e o socialismo ficaria para depois. Muitos trotskistas não aceitaram, dizia que aquilo era reformismo e não revolução, que não se sujeitaria a fazer aliança com pequeno-burguês, comerciante e o escambau. Mas as eleições no PT eram indiretas, o filiado votava em um delegado que votava em outro delegado e assim por diante. Numa engenharia política o grupo do Dirceu cooptou até a ala trotskista do Palocci e ganhou a hegemonia do partido.

Em 1988 começam as vitórias do PT em cidades importantes. Zé Dirceu comanda os seu grupo com bastante disciplina e começa a profissionalizar o partido. Seu grupo passa a ser formado por pessoas que deixam seus empregos formais, que trabalham apenas para o partido e que são implantadas como assessores dos vereadores, prefeitos, deputados, senadores e governadores para aprenderem como funciona a máquina pública pensando no longo prazo.

PT não para de crescer.

Eis que cai o muro de Berlim e a URSS entra em colapso. A ala mais radical fica desorientada, ela já estava desorientada antes, já tinha usado como referência a Albânia, depois Cuba, depois China e agora não tinha mais nada. Uma parte desse pessoal fingiu que nada aconteceu e tocou a bola para frente, mas isso gerou uma crise enorme no PT que passou totalmente despercebida pela imprensa.

Finalmente chega uma inflexão crucial: Lula perde a eleição para Collor.

O PT faz o seguinte diagnóstico:

1- O Brasil é atrasado mesmo, a política é atrasada, o povão é conservador, o PT não tem o apoio dos miseráveis e precisa conquistar essa gente. Não pode contar apenas com os assalariados. Era preciso criar um apelo “populista”: Acabar com a miséria.

2- Collor foi um fenômeno fabricado da noite para o dia pelo poder econômico, sem

partido, sem história e que o PT NUNCA CHEGARIA AO GOVERNO SEM DINHEIRO.

Começa o Caixa Dois como “atividade revolucionária fundamental”.

Começou a se formar uma máquina eleitoral no partido. Grupos nas prefeituras e governos começam a captar dinheiro TOTALMENTE INDEPENDENTE DO PT CENTRAL para profissionalizar a campanha de candidatos chaves. Acabou a era de vender chaveirinho. Petistas que tinham gráficas pequenas e trabalhavam até de graça começam a serem deixados de lado nas campanhas por produzirem produtos de baixa qualidade. Muitos reclamam, não aceitam que o PT contrate “publicitários de direita”, muitos saíram formalmente do partido por que nem seu voto nem seu dinheiro valiam coisa alguma. O Campo Majoritário tomava definitivamente o poder.

O PT então começa a crescer vertiginosamente GRAÇAS AO CAIXA DOIS. Quanto mais crescia mais o poder se concentrava nas mãos do Campo Majoritário. Em 1994 um grupo que percebeu que o PT era apenas “reformista” e não “revolucionário” deixa o partido e forma o PSTU.

O PT continua se profissionalizando cada vez mais, o Real adia o plano de levar Lula ao poder e finalmente Lula é eleito em 2002.

Por que Lula foi eleito?

O segundo governo de FHC foi um desastre. Muitos empresários perderam suas empresas, a classe média estava de saco cheio com a queda do seu padrão de vida, do engodo que foi a privatização e com as merdas que o neoliberalismo fez na América Latina. Lula contratou um dos melhores publicitários do Brasil a peso de ouro, montou uma embalagem bonita e chegou lá. GRAÇAS AO CAIXA DOIS.

E o mercado financeiro?

O mercado financeiro odeia Lula. Nas vésperas das eleições encostou a faca no pescoço de Lula e PALOCCI FOI O NEGOCIADOR de um pacto de não agressão. A conversa foi mais ou menos assim: “Há uma dívida absurda que vencia em curto prazo, se Lula fizer alguma surpresa não rolaremos a dívida e isso aqui em menos de três meses vai ficar pior que a Argentina”. Eles queriam que Armínio Fraga permanecesse no Banco Central (e a mídia, como boa serva, ventilou isso nessa época). Palocci bateu o pé, disse que o governo era novo e os eleitores não aceitariam isso. Então o PT levantou o nome de Henrique Meireles; ele tinha bom relacionamento com sindicalistas graças ao Projeto Travessia que o Bank Boston havia feito para crianças carentes. Era o nome ideal, o mercado financeiro aceitaria e Palocci iria para a fazenda PARA GARANTIR O ACORDO.

O mercado financeiro continuou odiando Lula por puro preconceito de classe. Mais tarde empresários como Antônio Ermírio de Moraes também (por ter perdido licitações devido à ação de fundos de pensão comandados agora por petistas).

A criação do PSOL foi outra inflexão importante. Ela marca a separação entre os funcionários públicos e o PT.

Os funcionários públicos sempre tiveram posição política privilegiada, tinham mais liberdade de falar o que quiserem sem o jogo bruto do patronato. Por isso eles formavam a ala mais utópica do PT. Quando Lula entrou e o PT percebeu que administrar a estrutura previdenciária do funcionalismo público poderia ser complicado lançou logo a mini-reforma da previdência.

O funcionalismo público já estava enfraquecido com a brutalidade da era FHC. Queria recuperar tudo o que havia perdido imediatamente, ficou decepcionado com o projeto da reforma da previdência e pulou fora.

Hoje o PSOL, comandado pela professora Heloísa Helena, representa basicamente o funcionalismo público.

Como entra a mídia nessa história?

Dirceu continuou com seu projeto de colocar quadros do partido em pontos chaves do governo. Esse pessoal não era comandado por ninguém do mainstream. Eram independentes demais. Pior, o governo não mostrava sinais de ser um desastre.

A elite financeira viu que o capital político da esquerda estava crescendo vertiginosamente graças ao discurso “populista” inicial que pregava a erradicação da miséria.

A elite financeira sabia que eles foram corrompidos, mas não tinha certeza se haviam sido corrompidos até onde ela queria.

Havia duas saídas: Ou comprar o governo de vez ou destruir toda a estrutura montada por Dirceu. Eles tentaram comprar, mas não funcionou.

Aí entrou o serviço sujo da mídia.

MENSALÃO NUNCA EXISTIU. O QUE EXISTIU FOI CAIXA DOIS.

Para a mídia ficou o papel de emporcalhar tudo o que lembrasse o PT. Emporcalhar a reputação do Dirceu, do Genoíno e do Campo Majoritário. Pregar a destruição de tudo que lembrasse a esquerda, desde o governador Requião aos filósofos e sociólogos e todos que ousassem defender o PT e a esquerda, como foi o caso de Paulo Betti.

Mas as coisas não saíram como eles queriam. Lula foi reeleito, o PT sobreviveu e o governo continua.

O Campo Majoritário ganhou mais poder ainda, Dirceu pode ter ficado inválido eleitoralmente em plano nacional, mas ainda tem mais poder dentro do PT do que pensamos.

*Paulo de Tarso Neves Junior

PRIMAVERA-VIVALDI

22 de jun. de 2007

Resultado do IDEB mostra rede fluminense na 16ª posição no País


AS 10 PIORES


E. M. Clotilde de Oliveira Rodrigues, em Saquarema (1,7);

Ciep Maria Alves Vieira, em Belford Roxo (1,6);

E.M. Cap. Eduardo G. de Oliveira, em Caxias (1,6);

E.E. Dr. Moacyr Meirelles Padilha, em Itaboraí (1,6);

E.M. Nova Perequê, em Angra dos Reis (1,6);

E.M. Gov. Marcello Alencar, em Petrópolis (1,5);

E.M. Pequeno Jornaleiro, em Campos (1,5);

Ciep Profº Sylvio Gnecco de Carvalho, em Caxias (1,5);

Ciep Abílio Augusto Távora, em N. Iguaçu (1,4)

E.M. Pref. Jamil Sabrá, em Petrópolis (1,4).

Resultado do Ideb mostra rede fluminense na 16ª posição no País

AS 10 MELHORES

Ciep Profª Guiomar Gonçalves Neves, em Trajano de Morais (8,5);

C.E. Januário de Toledo Pizza, em S. Sebastião do Alto (8,1);

Colégio Pedro II Tijuca, no Rio (7,1);

I.E. Profº Manuel Marinho, em Volta Redonda (6,8);

Colégio de Aplicação da UFRJ, no Rio (6,7);

CAp/Uerj, no Rio (6,7);

E.M. Profª Solange Coutinho Moreira; em Miracema (6,6);

C.E. Luiz Ferraz (6,5), em Itaperuna;

Colégio Pedro II São Cristóvão I, no Rio (6,4);

eE. M. João de Deus, no Janeiro (6,3).

Propriedade privada

O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que, tendo cercado um terreno, lembrou-se de dizer ‘isto é meu’ e encontrou pessoas suficientemente simples [tolas]para acreditá-lo. Quantos crimes, quantas guerras, assassínios, misérias e horrores não pouparia ao gênero humano aquele que, arrancando as estacas ou enchendo o fosso, tivesse gritado a seus semelhantes: ‘defendei-vos de ouvir esse impostor; estareis perdidos se esquecerdes que os frutos são de todos e que a terra não pertence a ninguém!”

Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens.
ROSSEAU

18 de jun. de 2007

Evasão só aumenta

Rede estadual perdeu 1.205 professores efetivados este ano

Denise Oliveira e Maria Luísa

Rio - De janeiro a junho deste ano, a rede estadual de ensino perdeu 1.205 professores efetivados. O número se aproxima dos 1.250 contratos temporários necessários para suprir carência de docentes nas turmas de 1ª a 4ª séries, há 126 dias sem aulas. O levantamento sobre a evasão de professores foi feito pelo Uppes — Sindicato dos Professores Públicos do Estado. “O déficit de professores nas escolas estaduais aumenta cada vez mais”, afirma a presidente do Uppes, Therezinha Machado.

Segundo o levantamento, a rede de ensino perdeu 760 professores por aposentadoria; 176 que foram readaptados (fora de função por problemas excepcionais); 245 exonerados a pedido, 25 exonerados de ofício (retirados da função) e 39 demitidos.

O Uppes planeja encaminhar ao Ministério Público, documento elaborado por professores que pedem providências do governo em relação a baixos salários; alunos sem aula; cumprimento da data-base e concursos.

Está previsto para hoje a entrada em sala de aula de 1.250 professores temporários de 1ª a 4ª séries selecionados na semana passada. Segundo a Secretaria Estadual de Educação, foram mais de 5 mil inscritos. A subsecretária de Gestão, Lucia Venina, disse que há um banco de recursos humanos de docentes II e as coordenadorias têm autonomia para convocar outros classificados, no caso de algum professor não comparecer às escolas hoje.

Sem previsão de concursos

A falta de professores de 1ª a 4ª séries deixou 37.500 alunos sem aulas por 126 dias este ano. Segundo a Secretaria Estadual de Educação, não é possível realizar concursos para essas séries, devido à Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que prevê a municipalização do 1º segmento do Ensino Fundamental até 2015.

O número de alunos nessa esfera ainda é grande. Segundo dados do Inep, órgão do Ministério da Educação, em 2006, a rede estadual tinha 154.978 matrículas de 1ª a 4ª séries. O deputado Alessandro Molon tenta derrubar a municipalização no Ministério Público Federal. “Não pode haver a proibição do estado de oferecer o ensino, se os municípios não têm condições de absorver os alunos”, argumentou.

Em Niterói, as matrículas estaduais no segmento superavam as da rede municipal em 2006. Dos 35.224 alunos, 13.002 eram do estado. A rede municipal tinha 11.439 estudantes.

“Nunca consegui vaga no município. A gente sabe que vai ser difícil passar as escolas para a rede de Niterói. E também não consigo mais trabalhar no estado”, lamentou Aline Vargas, que desde 2003 lecionava no Ciep Djanira e este ano não pode se candidatar para a seleção de temporários.

JORNAL O DIA

ENTRVISTA DE LULA A BBC.

15 de jun. de 2007

O QUE SE ESCONDE POR TRÁS DO "ALFA E BETO" ?

Alfabetização infantil deve ter prioridade, diz José Jorge

O senador José Jorge (PFL-PE) sugeriu que o governo eleja efetivamente a alfabetização das crianças na rede pública de ensino como a sua principal prioridade na área educacional. Ele disse que o Brasil não vem conseguindo alfabetizar adequadamente a maioria dos alunos das escolas públicas e que o PFL resolveu desenvolver um programa, envolvendo prefeitos e governadores do partido, para que os alunos sejam realmente alfabetizados até o final do primeiro ano do ensino fundamental.

Os resultados do Sistema de Avaliação de Ensino Básico (Saeb) do Ministério da Educação mostram, conforme o senador, que entre 60% e 80% dos alunos não atingem os níveis mínimos estabelecidos pelo MEC até o final da quarta série. Em aparte, o senador Cristovam Buarque (PT-DF), ex-ministro da Educação, apoiou a iniciativa e precisou os resultados do Saeb, indicando que 52% das crianças brasileiras chegam à 4ª série sem saber ler efetivamente.
O programa do PFL, intitulado Alfa e Beto, concebido pelo professor João Batista Araújo e Oliveira, educador há mais de 40 anos e que já foi secretário-executivo do MEC, começou a ser implementado no ano passado em 13 municípios administrados pelo partido, tendo sido incorporado este ano às redes estaduais da Bahia e de Sergipe.

JORNAL DO SENADO
Edição de segunda-feira, 17 de maio de 2004

8 de jun. de 2007

COTAS RACIAIS

A política de “ação afirmativa” implantada no Brasil não é uma “jabuticaba”, ou seja, já foram adotadas políticas semelhantes antes em países como: Estados Unidos; Inglaterra; Canadá; Índia; Alemanha; Austrália; Nova Zelândia e Malásia, entre vários outros, visavam oferecer as minorias étnicas, religiosas, um paliativo em razão de séculos de discriminação e racismo.

O mal do Brasil é querer inventar a roda. Por que não estudar e examinar detalhadamente estes exemplos anteriores e verificar quais foram seus pontos positivos ou negativos? Determinaram um período de tempo para sua duração? Apontaram “portas de saída“, e em caso afirmativo, quais?

Sem estas análises preliminares repetiremos os mesmos erros de sempre, que históricamente emperram o Brasil. O provisório torna-se definitivo, a universalização do ensino transforma-se em depreciação, vulgarização e banalização de ensino.Determina-se uma política ou editam uma Lei e esquecem de prover os subsídios necessários para efetivamente torná-las eficazes.

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7 de jun. de 2007

LUIS NASSIF ONLINE

Ruim com mídia, ruim sem mídia


Na "Folha" de hoje, mais um sinal desse conflito crescente mundial entre poder político e mídia. É um jogo novo que ainda não foi suficientemente entendido por nenhum lado.

No México, o Congresso decidiu acabar com a Lei Televisa, que beneficiava a Globo local. Quando foi aprovada a lei, segundo a matéria da “Folha”, houve pressão da rede de televisão, ameaçando parlamentares com matérias. Lá, como aqui, recorre-se ao expediente de se valer do escândalo como ferramenta política. Ou da barganha de dar visibilidade a políticos, jornalistas e intelectuais que se disponham ao apoio incondicional.

No “Globo”, Mirian Leitão analisa a questão venezuelana. Fala das arbitrariedades de Hugo Chavez, o que não deve estar muito longe da verdade. Mas atribui a má vontade da televisão venezuelana ao fato de Chavez ocupar muitas vezes o horário nobre, desarrumando a grade de programação. Como a grade é sagrada, e TVs abertas têm direito divino à concessão, fica assim legitimada a tentativa de golpe contra Chavez.

O jogo é muito mais complexo do que parece e a coluna da Mirian evidencia a perda de referência da mídia. A conspiração se legitimou a partir do momento em que Chavez investiu contra um dos pilares das modernas sociedades de massa: a grade de programação. Esse exagero da Mirian é significativo para entender esse processo de auto-sacralização que fez a mídia se desprender dos demais poderes, perder as referëncias, não entender os novos tempos, e se considerar poder absoluto.

Historicamente, a mídia tradicional (jornais, rádios e televisão) foi elemento fundamental de equilíbrio de poderes dentro de um sistema democrático, com surtos de exagero e de autoritarismo (vide campanha contra Vargas, campanha contra Roosevelt, o apoio ao macartismo). Muitas vezes foi utilizada pelos proprietários para turbinar outros negócios. Muitas vezes, para exercer poder político. Mas em países com um mínimo de diversidade, a própria mídia se auto-regulava.

Acontece que, desde o episódio Watergate, houve um porre quase generalizado na mídia, inclusive dos países centrais – veja, a propósito a reportagem de capa da última Carta Capital. De moderadora dos poderes, tentou se transformar em poder central. Principalmente depois que se consolidaram redes de televisão com uma capacidade muitas vezes maior de atingir as massas. Os fenômenos Berlusconi, na Itália, Carlos Slim, no México, Globo, no Brasil, mídia espanhola nas últimas eleições, talvez sejam os mais significativos desse período. Assim como os episódios do impeachment de Collor, das tentativas de impeachment de Fernando Henrique, até a guerra santa contra Lula, onde se chegou a um paroxismo inédito, uma batalha sangrenta que marcou o fim do poder absoluto da mídia.

O grande fator legitimador de sua atuação – o de investir contra qualquer forma de concentração de poder –virou-se contra ela, quando quis se sobrepor aos demais poderes, usando seletivamente o escândalo como arma política.

É curioso esse jogo, ainda mais em plena ascensão das novas mídias. As notícias do mundo todo revelam uma desmoralização gradativa de todos os grandes veículos, depois que tentaram se apossar do poder político. Com as novas mídias, o uso da notícia como ferramenta política perde força rapidamente porque pode ser facilmente desmascarado - como foi em muitos episódios recentes.

No caso brasileiro, as extravagâncias, a incompetência flagrante da cobertura política nos últimos anos, contribuíram para uma desmoralização adicional.

Ruim com ela, mas e sem ela? Nos próximos anos, o crescimento das novas mídias permitirá criar novos anteparos aos demais poderes? Qual será o grau de afrouxamento do governo Lula, com a desmoralização de um dos poderes moderadores e, mais que isso, com a desmoralização dos demais poderes, com a geléia-geral em que se converteram os partidos, com a desmoralização das ideologias como elementos aglutinadores? Esse quadro caótico seria o melhor cenário para uma mídia profissional e competente poder exercer sua função de ajudar a reorganizar o pensamento nacional. Mas a velha mídia se suicidou.

O resultado das loucuras do ano passado foi péssimo para a mídia. Mas não foi bom para o Brasil.


Luis Nassif

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5 de jun. de 2007

Evasão Escolar



RJ: Ministério Público investigará ensino adotado em São Gonçalo

O Ministério Público instaurou inquérito para apurar denúncia feita pelo Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) contra a Secretaria municipal de Educação de São Gonçalo (RJ). Além de ter mudado o método de alfabetização nas escolas municipais, a prefeitura gastou R$ 850 mil na compra do material didático. A nova metodologia do Instituto Alfa e Beto foi criticada por especialistas, que a consideram ineficaz. Segundo o colunista Ancelmo Góis, do jornal O Globo, num dos textos o aluno é obrigado a repetir a frase: “Encontramos três burros, comigo quatro”. O novo método adotado já está sendo implementado em São Gonçalo, mesmo contrariando professores da rede pública. Ao todo, 12 mil crianças deverão ser alfabetizadas

(O Globo – RJ, Fernanda Pontes, 17/05/2007)

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2 de jun. de 2007

O sistema educacional alemão

Das Deutsche Schulsystem*

Da 1ª. à 4. Série : Grundschule (Primário)

Após o Primário, de acordo com o boletim, segue-se à um destes três caminhos:

Da 5ª. à 9ª. Série:

“Hauptschule”

Encerrando com o “Hauptschulabschluß”

Da 5ª. à 10ª. Série:

“Realschule”

Encerrando com o “Mittlere Reife”

Da 5ª. à 13ª. Série:

“Gymnasium”

Encerrando com o “Abitur”

Para os que obtiveram o “Hauptschulabschluß”, pode-se depois fazer uma “Ausbildung” ou “BAS” (Berufsaufbauschule).

A “Ausbildung” dura cerca de 2 a 3 anos com estágio de 3 a 4 vezes por semana. É encerrada com o “Gesellenbrief”.

Para os que quiserem ir mais adiante, podem fazer o “Meister“ (magistral) ou “Techniker”. Meister“ dura de um à dois anos. É finalizado com a “Meisterbrief”, podendo-se então ir para a Fachhochschule. “Techniker” dura dois anos, podendo-se também mais tarde ir para a Fachhochschule.

Para os que obtiveram o “Mittlerereife”, podem mais tarde fazer o “FOS” (Fachoberschule) ou o “BOS” (Berufsoberschule). O “FOS” dura de um à dois anos, encerrando com o “Fachabitur”. Podem também freqüentar a Fachhochschule. Já o “BOS” dura dois anos, encerrando com “Allgemeine Abitur”. Com ele, pode-se tanto freqüentar a Fachhochschule quanto a Universidade.

Os que fizeram o “Abitur”, são os únicos que podem entrar direto para a “Fachhochschule” ou para a “Universidade”. A Fachhochschule obtém oito semestres; mais tarde pode-se fazer o “Diplom”. Já a Universidade obtém dez semestres, podendo-se também mais tarde fazer o “Diplom”, depois a “Promotion” ou o “Dr” – doutorado, etc.

*Schirley und Helmut Auffinger

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1 de jun. de 2007

Educação

Sérgio Cabral reconhece dificuldades na Educação

O governador Sérgio Cabral reconheceu que a educação pública está tendo um progressivo esvaziamento de qualidade, por falta de melhores condições de trabalho para os professores e funcionários. Ele defendeu o secretário de Educação, Nelson Maculan, nesta segunda-feira pela manhã, após cerimônia de assinatura de contratos da Cedae, no Palácio Guanabara. Maculan disse que o setor está em crise.

– A declaração do secretário foi extremamente franca a respeito da educação pública não apenas no Rio de Janeiro, mas em todo o país. A educação faliu no Brasil. Temos de reconhecer que a educação pública, nos últimos anos, vem sofrendo um esvaziamento de qualidade. Basta dizer que os professores do estado não recebem reajuste salarial há 11 anos – ressaltou Cabral. [PARA SERMOS UM POUQUINHO MAIS EXATOS, 12 ANOS]

Para o governador, é fundamental prestigiar os professores e, para isso, não vale mais tapinhas nas costas nem discurso fácil. Cabral destacou que profissionais de ensino precisam ter um poder aquisitivo de acordo com a importância.

Segundo o governador, somente melhorando as condições financeiras do estado é que o governo poderá aumentar os salários dos professores, em particular, e do servidor estadual, em geral.

Atos como estes, em que a Cedae firmou parcerias com empresas para otimizar seus recursos, aumentando a receita e diminuindo os gastos, farão o governo do estado ter dinheiro para aumentar os salários dos funcionários, em especial da educação, segurança e saúde que são nossas prioridades – disse Cabral.

O governador reforçou dizendo se dar por satisfeito se terminar o governo podendo afirmar que recuperou, senão totalmente, ao menos em parte o poder aquisitivo do magistério, dos policiais e dos profissionais de saúde [E LÁ SE VÃO MAIS QUATRO ANOS], vou me dar por muito satisfeito. Segundo ele, só assim se poderá exigir desses funcionários uma boa prestação de serviço.

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Jornal Nosso.