
Roma camponesa
Virgilio lê seus poemas para Otávio Augusto |
Para eles, o mundo autêntico de um romano orbitava ao redor da quinta e da vila, habitações com seus pomares, vinhedos, olivais, trigais, gado manso e ativas abelhas, cercado por jardins com ciprestes e arbustos aparados por diligentes jardineiros encarregados de embelezar a natureza, tudo administrado no principio de "vender tudo, não comprar nada", para assim alcançar a completa autonomia da propriedade e a independência do seu senhor.
Subjazia no ideário agro-pastoril do Princeps - desde que assumira como censor-chefe de Roma - a idéia de que a cidade era uma forja de desregramentos e loucuras e que somente uma longa estadia no campo, quisera fosse permanente, poderia servir como um elixir purificador para que os cidadãos pudessem vir a recupera a austeridade e a castidade perdidas. Sendo pois que houve total afinidade dele com as duas obras anteriores de Virgilio: as Bucólicas e as Geórgicas (esta dedicada a Mecenas, ambas compostas entre 37 e 29 a .C.).
Seguindo a tradição do poema utilitarista herdado dos gregos - de Hesíodo ao criador da poesia pastoral Teócrito -, tratam-se de versos que relatam cenas do campo, diálogos de pastores, temas voltados ao ensino do cultivo da terra e qual a época e o clima certo para que as sementes fosse jogadas nos sulcos: o que fosse pertinente às práticas agrícolas (cultivo de árvores, das videiras, do gado e atenções para com a apicultura), e que tivesse a haver com elas. Mas não foram todavia esses poemas que levaram ele a consagração histórica mas sim o famoso épico que ele engendrou, ao longo de vinte anos, para dignificar perpetuamente a família Julia, da qual Otávio Augusto dizia descender.
História por Voltaire Schilling
Um comentário:
Educadores e educadoras e amigos do Kautscher... foi criado um lugar para que possamos expor nossas idéias , críticas, sugestões... o espaço é todo nosso ( se me permite) ...e aí, quem dá mais???
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